DUAL-BOOT
A grande sacada para ter uma máquina limpa, leve, estável e segura é fazer com que ela tenha um dual-boot, ou seja ter pelo menos dois sistemas operacionais de plataformas diferentes (tipo Windows e Linux).
Eu não aconselho abandonar o Windows (embora ele seja dispensável!), pelo fato de haver ainda muita coisa boa para rodar nele (muitas são por força de contratos com a Microsoft).
Na verdade, tem muita coisa que surge como novidade para o Windows, mas já são velhos conhecidos do Linux (Firefox; Gimp; Open Office/BROffice; K3B; Filezilla; Thunderbird; Minitube; VLC; MPlayer; MP3 Gain; ICQ; IRC; etc. a lista é bem longa).
Dependendo da bagunça que já está feita no teu Windows (que talvez até você desconheça), algumas medidas imprescindíveis você tem que tomar, antes de fazer um dual-boot afinal, esta é talvez a parte mais fácil.
É claro que um dual-boot não irá resolver todos os bugs ou travamentos que possam haver ao usar o Windows. Apenas você terá uma alternativa completamente eficaz para continuar o teu trabalho, enquanto o teu Windows não está bem. Além de permitir que através do Linux, você pode fazer o backup necessário de qualquer arquivo teu e também trabalhar com eles.
Utilizando o Wine, você pode manipular os teus aplicativos preferidos para Windows direto do Linux (em muitos casos você pode até rodá-los sem haver a necessidade de reinstalá-los).
Isto é muito útil quando você tem algum trabalho importante para terminar e/ou enviá-lo pela internet. É literalmente mais prático terminar o teu trabalho usando o Linux, e depois com calma, resolver o teu problema com o Windows.
Eu considero o dual-boot indispensável hoje em dia, principalmente contando com o fato de que você não irá gastar absolutamente nada para instalar uma distro GNU/Linux, junto ao teu Windows, e no caso de haver algum malware na partição FAT, FAT32 ou NTFS do Windows, este não irá infectar (e se alastrar) para a partição do Linux (ext2, ext3, ext4 e ReiserFS), além de você poder rodar um antivírus para eliminar qualquer praga da tua partição usada pelo Windows.
Qualquer distribuição Linux em Live CD/DVD já vem com um aplicativo para você criar ou modificar alguma partição. O próprio processo de instalação é relativamente simples na maioria das distros e este guiará você as opções de particionar e definir o tamanho da partição que você quer.
Acima está um exemplo de HD particionado com dual-boot. O aplicativo usado é o GParted, um dos mais populares particionadores de HD nas distro Linux. Pode-se notar as partições NTFS (usadas pelo Windows) e as EXT4 (usadas pelo Linux), há também uma pequena partição swap que equivale ao Arquivo de Paginação do Windows. Nota-se aqui que esta partição swap está isolada da partição EXT4, ou seja o Linux usa esta memória virtual sem comprometer a estabilidade do sistema, pois esta não é como a do Windows que fica no diretório raiz na forma de um arquivo (C:\Pagefile.swp), junto ao sistema (está oculta), e como eu mencionei antes, dependendo de como ela está configurada, pode não ajudar nada o Windows desfragmentando-se. Eu até hoje pergunto, por que a Microsoft não deixa este Arquivo de Paginação isolado do sistema?
Vale a pena lembrar que o Linux "enxerga" todas as partições Windows e acessa-as como se fossem do próprio Linux. Mas a Microsoft ainda teima em não permitir que o Windows leia com a mesma naturalidade os sistemas de arquivos do Linux . Na verdade não há nenhum mistério para não ler, pois existem aplicativos gratuitos que podem ser instalados no Windows permitindo-o ler os sistemas de arquivos do Linux.
É aquele jogo de gato e rato. A Microsoft quer evitar o máximo possível qualquer facilidade ao usuário (seu cliente), para o acesso direto aos arquivos em sistemas Linux, talvez para desencorajar um dual-boot, o que é completamente ridículo.
Caso você tenha resolvido criar uma nova partição para deixar os teus arquivos pessoais separados do sistema, ou definir alguma já existente, vou te dar uma ajuda.
Clique no Menu Iniciar e selecione a opção Painel de Controle (caso haja um ícone na sua área de trabalho, dê um duplo clique nele). Dentro do Painel de Controle, ou dê um duplo clique no ícone Ferramentas Administrativas (verifique se não há um atalho no seu Menu Iniciar).
Talvez no teu Menu Iniciar já encontre-se a opção para Ferramentas Administrativas, neste caso vá direto por aqui.
Dentro da seção Ferramentas Administrativas, procure pela opção Gerenciamento do Computador e clique aí. A seguir, procure pelo submenu Gerenciamento de disco, que fica no item Repositório (no Windows Vista o item é Armazenamento) presente no menu lateral (à esquerda da janela), e o selecione.
O Gerenciamento de disco deve abrir (repare que o número de partições, tamanho, tipo e nome vão depender de cada HD do usuário), mas as unidades lógicas devem parecer como na figura abaixo.
Não importa se apenas tem uma partição ou várias, o que você deve ter em mente é que partição você quer usar ou que partição você quer dividir para criar uma partição nova e vazia. É bom lembrar que você apenas pode usar 4 partições lógicas por HD. ou seja, você pode instalar até mais 3 sistemas operacionais além do teu Windows, mas é permitido até 32 partições estendidas. É claro que esta informação vale para você que tem um HD particionado DOS-MBR, usado pelo Windows.
Independente se você vai criar uma partição nova ou aproveitar uma que está vazia ou sem uso, dentro do Gerenciador de discos, haverá uma lista de partições na parte direita da tela (caso teu HD não esteja particionado, apenas uma partição, com o nome SISTEMA, irá aparecer); selecione a partição que deseja redimensionar (mudar de tamanho), caso não tenha uma já pronta.
Clique com o botão da direita do mouse no retângulo que indica a partição desejada e selecione a opção Diminuir Volume (Shrink Volume). Uma pop-up irá se abrir calculando o espaço que pode ser diminuído.
O.K., na pequena janela que se abriu, digite o tamanho da nova partição, na opção Digite o espaço a diminuir em MB, e clique no botão Diminuir. Em seguida, clique com o botão da direita do mouse no retângulo que indica a nova partição criada e escolha a opção Novo volume simples. Neste momento, um assistente de criação de volume irá se abrir; clique em Avançar três vezes, digite o nome da nova partição no item Rótulo do volume, clique em Avançar e depois em Concluir.
Caso a partição já exista, clique com o botão da direita do mouse no retângulo que indica a nova partição criada e escolha a opção Formatar, mas CUIDADO!!! Tenha a absoluta certeza de que esta partição não tem nada que você precise, pois a formatação vai "apagar" tudo desde que você não use outro tipo de sistema de arquivos além do NTFS.
Como eu já tinha dito antes, você pode fazer tudo isto de forma mais segura usando uma distro Linux. Este Gerenciador de discos do Windows não formata partições com o sistema de arquivos do Linux, apenas NTFS, FAT32 e FAT.
O Linux também é imune aos vírus feitos para a plataforma Windows, além de realmente o usuário ter o controle real da conta de administrador, o que dificulta muito algum invasor alterar as configurações de rede e do sistema sem o consentimento do próprio administrador. Ou seja, nada é instalado ou baixado sem a devida permissão, não há "backdoors" como tem de sobra no Windows.
Para deixá-lo mas tranquilo sobre o Linux (muita gente faz críticas sem conhecê-lo): Você já ouviu alguém falando que pegou vírus no Linux?
Há vários anos venho usando e testando distros Linux (inclusive na Deep Web), e pelo que constatei, pegar um vírus quase nunca ocorre. Existe uma quantidade ínfima de vírus para o Linux e, ainda assim, não haveria algum que fosse capaz de infectar o Linux tanto quanto acontece com o Windows.
Isso ocorre por vários motivos, um deles é o fato de o Linux ter código aberto e várias pessoas realmente dedicadas a resolver os problemas que uns poucos vivem tentando criar.
Isso contribui para que ele apresente um número muito menor de falhas de segurança, o que significa menos brechas a ser exploradas. Outro fato é que o grande alvo de quem desenvolve softwares maliciosos são os usuários e, como o Linux tem menos usuários, torna-se menos atrativo para os criminosos virtuais.
Mas não vá cair naquela besteira de acreditar que só não há muitos vírus para Linux porque ele é pouco usado. Ledo engano, o Linux, FreeBSD e o UNIX reinam nos servidores e Data Centers mundo afora (mesmo naqueles que usam o Windows Server), pois nem a própria Microsoft abriu mão, e passou a ter em uma de suas camadas uma distro Linux.
Então, o que acontece é que não há vírus efetivo para Linux, pode-se dizer então que "não existe vírus para Linux" se formos comparar com o que ocorre com o Windows.
Na verdade, não são produzidos vírus eficientes, que cause preocupação, os poucos produzidos na história do sistema não causaram estrago e já foram extintos. Um dos motivos pra isso é que seria necessário dar autorização de administrador para que o vírus entre! Surpreso né? Sim, aparece um recado na tela perguntando se você quer que seja instalado (quem faria isso?).
Mas vamos supor que algum idiota permitisse que o vírus fosse instalado; que permitisse a instalação do vírus (tudo com autorização da pessoa diante de um aviso na tela e autorizando com senha de administrador), como o sistema é modular e suas permissões de escrita somente ocorrem quando autorizada por senha pelo administrador. Desta forma o vírus não se alastra pelo sistema de diretórios e nem danifica nenhum arquivo, pois além da senha de administrador na instalação é preciso de senha pra escrever nos diretórios importantes. O vírus seria um arquivo que não faria nada!
No Windows o vírus entra sem perguntar nada e sem você perceber, se instala sozinho e começa a escrever nos diretórios. Essa é a diferença do Linux, BSD e UNIX em comparação ao Windows.
Se você procurar na internet vai achar antivírus pra Linux, só que não é pra arquivos do Linux, é pra arquivos do Windows. Isso é particularmente usado para quem instala programas do Windows no Linux via Wine ou quem tem servidor e não quer repassar para a rede arquivos do Windows contaminado.
Na questão de invasão também o Linux é mais seguro que o Windows:
Não existe sistema impenetrável, e o Linux também vive sendo atacado por hackers (explorando as falhas de segurança e usando a preguiça de pessoas que não atualizam o sistema), mas o Linux tem diretrizes de segurança mais avançadas que o Windows (além da permissão de escrita somente para administrador), o firewall é embutido no kernel (iptables). Um dos famosos componentes de segurança é o SELinux, que também está integrado ao kernel, ele foi desenvolvido em conjunto pela Red Hat, IBM e NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA), ou você acha que a NSA usa o Windows? Continue sonhando...
Além dos fatores citados acima, a política de segurança do Linux é um grande diferencial: os programas são executados em modo de usuário e não de administrador. Assim, se acontecesse de uma conta de usuário pegar vírus, este não se espalharia pelo sistema, afetando apenas os programas que o próprio usuário instalou na pasta Home (na pior das hipóteses), enquanto o sistema permanece intacto.
Uma infecção assim é muito mais fácil de ser eliminada e os danos são irrelevantes. Isso levado em conta que, não é difícil de compreender porque a criação de vírus para o sistema Linux é difícil, desinteressante, altamente trabalhosa e muito pouco rentável.
Eu sou muito criterioso e exigente sobre computação, principalmente no que tange o quesito segurança, por isso quis deixar bem claro sobre a minha sugestão ao usuário do sistema Windows, para que um dual boot seja feito com o Linux.
(continua)
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