sábado, 16 de janeiro de 2016

Netrunner


Como eu já havia mencionado antes, esta distro Linux vai digamos servir tanto para completar a última distro popular, o Metamorphose como muitas outras distros que usam o ambiente Plasma. Digamos que o Netrunner é um tipo de "irmão" do Metamorphose pelo fato de ambos terem muitas coisas em comum, ou seja, neste caso ambos usarem o mesmo ambiente gráfico KDE e a sua área de trabalho Plasma e por também vir com o gerenciador de janelas Compiz (que dá aquele toque 3D).

    Na verdade, as diferenças entre o Metamorphose e o Netrunner são quase sutis, mas ambas distros são completamente diferentes. Esta versão do Netrunner é a 16, e entre as distro que eu uso esta é a principal.

    Para o usuário Windows que sente aquele frio na espinha quando ouve a palavra Linux, fique tranquilo pois o Netrunner é até mais fácil que instalar o Windows, e até mais rápido por sinal.

    Eu sei que tem várias distros Linux fáceis e práticas tanto para instalar quanto para usar, e vai haver tempo para eu dedicar um espaço aqui para cada uma, mas como eu já mencionei, eu não sou maluco de querer mostrar todas, pois são centenas de distros, isto sem contar os novos lançamentos de novas distros Linux ou novas versões das já existentes.

    O foco principal aqui é o de mostrar distros Linux que não ficam nada a dever ao Windows  e OS X e que são tão (ou mais) amigáveis do que estes.

    Tal como o Metamorphose o Netrunner vem com um terminal no estilo Drop-Down o que agrada muito quem gosta de realizar tarefas usando o Bash. E como já deu para ver, muita coisa aqui você também vai encontrar no Metamorphose. Por isso eu não falei tanto antes - já pensou em ler as mesmas coisas de novo?

(clique nas imagens para ampliar).




    Eu sei que de forma geral há muita coisa em comum em relação a uma distro e outra, tratando-se de Linux. É mas nem tudo é tão igual assim, e eu sei que muita gente não sente-se seguro com tanta diversidade. Muita gente vê o Linux como um Sistema Operacional (SO) camaleão aonde não parece existir compatibilidades entre as distros, e é aí que muita gente engana-se. Todo mundo olha mais para o visual, mas este visual é apenas uma casca que o usuário tem a liberdade de brincar com o mesmo e deixar o próprio Linux com a cara do usuário.

    Se você baixar um pacote (mais conhecido como setup no Windows) de algum aplicativo Linux (não importa se este pacote é .deb ou .rpm - existem conversores de um tipo para o outro, se necessário), este vai poder ser instalado e rodar independente da distro Linux (ou mesmo uma distro BSD), os problemas de incompatibilidade são mínimos, algo que a Microsoft ainda não aprendeu (o pessoal de lá parece que perdeu esta cartilha).

     Uma coisa é certa, o que não falta no Netrunner é a elegância no seu visual. Nesta versão, o tema foi Egípcio o que muito agradou-me deveras.


     Se clicarmos com o botão direito no Lançador ou Menu K, (Menu Iniciar no Windows) do Netrunner, vamos ter as opções semelhantes ao Metamorphose.


     Em Alternativas... podemos mudar  como queremos que o nosso Lançador apresente-se. Agora, clicando-se com o botão direito na Área de Trabalho, semelhante ao Windows vamos obter várias opções.


     Indo na última opção, abrir-se-á esta janela:


    Calma que estes são apenas alguns papeis de parede, caso você queira colocar um teu, clique no botão Abrir... e vá até o teu arquivo de imagem ou vídeo desejado, mas se mesmo assim, você não está satisfeito, clique no botão com uma estrelinha e aí você vai poder baixar uma infinidade de papeis de parede de tudo o que é tema (o mais provável  que você vai gostar de muita coisa...) e é tudo de graça!

    Lá em cima, tem três opções que eu já citei sobre o Metamorphose e você pode aplicar a combinação destas três para cada área virtual de trabalho.

     Clicando à esquerda em Ações do mouse você poderá definir como este deverá trabalhar. As opções são muitas, mas se a que você quer não existe, adicione!


     Localização refere-se a pasta (ou diretório) que você quer definir como padrão. No Linux o padrão é Home. Não gostou? Escolha outro lugar, e caso você tenha feito um dual boot com o teu Windows, você pode definir esta pasta por exemplo, como a pasta Documentos da tua conta no Windows que você já está acostumado a ver quando abre o Explorer. Ou seja, você pode continuar a "sentir-se em casa" usando o Linux.

    Aqui você vai determinar como os ícones irão aparecer. Tem gente que não liga muito para isso, mas tem gente que gosta que os ícones tenham uma apresentação bem pessoal, então, brinque à vontade.



    Filtro é a forma como você quer que sejam exibidos no Dolphin (gerenciador de janelas) os arquivos que você tem. O padrão é mostrar tudo, e eu acredito que depois de um bom tempo de uso você não queira que certos tipos de arquivos apareçam por serem arquivos que você não dá muita bola, mas que precisam estar lá.



     Nesta versão 16 do Netrunner surgiu esta opção Ajustes, e é mais uma opção experimental para quem gosta mesmo de personalizar. Você só vai saber experimentando...




     É provável que depois de sair da configuração área de trabalho do Netrunner surja esta janela.



    Os Widgets do Linux são muito bons e seguros. No canto direito do Painel (Barra de Ferramentas no Windows). 

(Clique para ampliar)


    Clicando-se no ícone de uma chave de boca, há mais outras opções para deixar o teu Linux do teu gosto (vá acostumando-se).
 


     Agora clicando-se no Painel com o botão direto,






    Em Painel Options, você pode escolher...


    Add Widgets... e vai aparecer uma lista que pode ser exibida pelo tipo de aplicação de cada widget. Ah! Esta lista pode ser na vertical ou horizontal, em cima, em baixo...



     Obs. O hieróglifo seguido do símbolo do Netrunner é o número 16.

    Mudando um pouco o visual do Netrunner eu falo agora do Muon que também está presente no Metamorphose. O Muon é algo similar a Central de Programas Ubuntu, porém mais bonito (minha opinião). No Muon tem muita coisa para você baixar, usar, testar, comparar, instalar e desinstalar à vontade e sem deixar lixos no sistema (como o Windows faz).



     Você pode digitar direto na caixa de pesquisa (nem precisa saber o nome), por exemplo "navegador", "browser", "HTML", "firewall", "mixer", etc. ou se quiser ir direto ao tipo de aplicação, tem 14 grupos de aplicações, além dos rankings de popularidade e classificação, tanto no geral como em cada grupo. Mas as tuas opções não ficam só aí no Muon, esqueceu do Synaptic? Isto se você não optar por arquivos Windows, aí entra em jogo o Wine...

    É provável que apareça um aviso pedindo a atualização do Kubuntu que é um projeto derivado do Ubuntu, e este do Debian.




O Netrunner é baseado no Kubuntu, e você sabe como é que é: Segurança é tudo! Mas também não precisa ficar paranoico, você pode atualizar o Kubuntu depois com calma (afinal é só dar mesmo um clique...).

    Se esta distro tem algum defeito (se é que pode-se "classificar" assim), talvez seja por esta vir com muitos, mas muitos programas. É uma distro que rodando, o processador fica na casa dos 2% (com internet) e talvez se estiver muito "estressada" chegue aos 10%... É mole?

    O Netrunner tem uma característica que pode ou não agradar o usuário que chega do Windows ou que está mudando de distro, para mim é coisa boba, mas tem gente que importa-se. É o seguinte, se você for no Menu K e clicar em Desligar, não vai surgir uma mensagem do tipo "Tem certeza?", o mesmo vale para reiniciar, deslogar, suspender ou bloquear! Ou seja, se você escolheu por reiniciar o sistema, já era! não tem como cancelar! Contudo, se você faz questão de ser notificado antes, basta configurá-lo para isso.

    Então vá ao Menu K e clique no ícone superior (já vem favoritado) que corresponde à Configurações de Sistemas.

    Tal como na imagem abaixo:





    Feito isso, vá até em Inicialização e desligamento. No menu lateral, Clique em Sessão do desktop. Marque a caixa Confirmar saída. Pronto! caso você tenha um dedo nervoso, você será avisado antes!




    Eu sei que está demorando concluir esta postagem, mas o meu HD "fritou a controladora" (um caso raro) e deixou-me na mão, e perdi muita coisa pronta para postar. Comprar um novo HD e reinstalar tudo de novo, não foi assim tão fácil e rápido.

    Ok, então vamos agora para Configuração de Sistema, aonde você pode aplicar configurações para os aplicativos, aparência, comportamento das janelas e um sem número de outras coisas.

    Mas antes de mais nada, após a instalação, a primeira coisa a ser feita é a atualização da distro como um todo. Então para quem está migrando do Windows, nada melhor que usar o Gerenciador de Atualizações do Muon. Pense neste como o Windows Update, porém bem melhor.





     O volume de arquivos a ser atualizado vai depender da data que você instalar e a taxa de transferência vai depender da tua assinatura de internet (no meu caso esta está bem pobre: 2MB), vale lembrar que a velocidade varia para cada pacote a ser baixado.





    Logo após isso é recomendável atualizar o idioma para que os arquivos já encontrem-se atualizados (principalmente o português com a nova ortografia) em Configurações > País/Região e idiomas. Na aba Country (País), selecione o país que quer ter configurado.




     Na aba Idiomas, passe na ordem que deseja a prioridade de exibição de idiomas. Lembre-se que os aplicativos Linux são colaborativos e nem todos podem conter bibliotecas no teu idioma.



    Arrastando ou selecionando escolha a ordem que deseja.


    As abas Número e Moeda já devem estar de acordo com país escolhido.

    Na aba Calendário você pode dar um toque pessoal à forma como você usa o calendário.


    O mesmo aplica-se na aba Data e Hora.


     Terminada as configurações, clique em OK e uma mensagem aparecerá.



    Basta deslogar-se e logar-se novamente. Não é necessário reiniciar o sistema.

    Tal como o Metamorphose você pode (e com o tempo vai acostumar-se a usar) optar por instalar/desinstalar através do Synaptic. Através deste você pode definir qual será o teu servidor de repositório dos aplicativos Linux.

    Ao chamá-lo, surgirá um pequeno informativo sobre o Synaptic e os pacotes. Leia com atenção e feche esta janela (marque-a se quiser vê-la novamente).


    Após isto já com o programa aberto, clique em Configurações > Repositórios.



    Aqui em Programas e atualizações, você pode definir como você quer que o teu Linux será atualizado (estas definições valerão tanto para o Muon, o Synaptic e atualizações via terminal).




    A caixa Código fonte só precisará ser marcada se você for programador. Em Baixar de: clique para escolher um servidor mais rápido.



    Ao fazer isso você terá 3 opções básicas:


  • O servidor principal
  • O servidor do país que você escolheu na instalação
  • Outro... (clique neste).




    Uma janela com servidores de inúmeros países podem ser escolhidos. Qual? é simples, deixe o Synaptic escolher o mais rápido (todos possuem o mesmo conteúdo). Para isso clique no botão Selecionar Melhor Servidor.



    O Synaptic irá testar e este processo pode levar alguns minutos (isso vai depender da tua conexão de internet), mas não costuma demorar.



    No meu caso, o resultado foi este, mas pode mudar de operadora para operadora, de estado para estado, e lógico, de país para país (vale lembrar que o Brasil é um país continental). Todos os repositórios são confiáveis e atualizados.

    Ainda em Programas e atualizações, na aba Outros programas você pode selecionar que tipo de repositório (PPA) você quer que faça parte das atualizações do Netrunner. Observe que neste caso você pode desmarcar todo o PPA que seja de código fonte, a não ser que você seja programador e queira estudar ou melhorar algum aplicativo.



    Também você pode através desta janela adicionar algum PPA que tenha encontrado na WEB ou removê-lo caso o tenha desinstalado e não o queira mais nas buscas de atualizações.

    Agora na aba Atualizações você encontra opções de como quer personalizar o processo de atualização do Netrunner.



    Dá para notar que é bem simples, e caso você não lembre de como estavam as configurações antes, clique no botão Reverter.

    Na aba Drives adicionais, você será levado a escolher se quer (ou não) usar algum drive proprietário. Para alguns usuários Linux, usar drives proprietários é como jogar pedras na cruz ou jogar sapatos numa mesquita...



    Aguarde alguns segundos e o Synaptic irá mostrar se há algum drive proprietário e se este está ou não sendo usado - esta é uma decisão tua. Tem algum problema em usar ou deixar de usar um drive proprietário? Sim e não para ambos.

    Eu explico: Nem todos os drives proprietários podem rodar sem problemas ou até nem sejam aceitos pela distro em questão. Por outro lado, muitos drives (principalmente de vídeo) como no caso das placas de vídeo da AMD, a diferença de performance entre o drive genérico e o proprietário pode chegar até a 400% para o mesmo hardware. Bem, se o usuário quer usar um jogo que exija uma boa resolução gráfica. Vale lembrar que o Linux não é um sistema que nasceu dedicado para os jogos como é o caso do Windows ou para a edição de imagens e vídeos como é o caso do OS X.

    Mas essa história está mudando, grandes empresas da indústria de games estão apostando na plataforma do pinguim, inclusive a Microsoft... Quem diria!

    Mas não fique triste não, experimente esta distro e dê uma de Indiana Jones correndo atrás dos "tesouros perdidos" de Ozymandias....

    Já está disponível a versão 17 do Netrunner. Chamada de Horizon, esta nova versão ficou ainda mais bonita, somando-se tudo o que eu já escrevi e mais um pouco...

    Um pequeno detalhe: Horizon só vem para máquinas com a arquitetura de 64 bits. É mais do que natural que as distros Linux/BSD sigam a evolução tecnológica, mas isso não significa que todas as distros já vão abandonar a arquitetura x86 (32 bits). Muita gente ainda usa bons computadores em x86, mas nas lojas estes já estão com os dias contados (se é que ainda existem em algum estoque perdido).

    Bem, aqui está uma pequena amostra da beleza do Horizon:


    Com ícones mais coloridos e bonitos e mesmo rodando direto do DVD, o Netrunner continua com uma boa performance.




    Espero que tenha gostado!

domingo, 10 de janeiro de 2016

Deep Web - Memex (considerações) - Atualizado em 27-Jul-2017

    Pesquisas na web de hoje usam um sistema centralizado de tamanho único, que pesquisa na Internet com o mesmo conjunto de ferramentas para todas as consultas. 

    Enquanto este modelo tem sido um grande sucesso comercialmente, ele não funciona bem para muitos casos de uso do governo. Por exemplo, ele ainda permanece em grande parte sob um processo manual que não salva sessões, requer entrada quase exatamente com a entrada de uma de cada vez, e não organizar os resultados agregados para além de uma lista de links. Além disso, as práticas de pesquisa comuns meio que perdem informações nas redes da DW - as partes da WEB não indexados pelo padrão de motores de busca comerciais, assim como ignora o conteúdo compartilhado entre páginas.
 
     Para ajudar a superar esses desafios, a DARPA lançou o programa Memex. Memex procura desenvolver um software que avança os recursos de pesquisa on-line muito além do atual "padrão de busca". O objetivo é inventar melhores métodos para interagir e compartilhar informações, de modo que os usuários podem rápida e completamente organizar os subconjuntos de busca de informações relevantes para os seus interesses individuais.

    As tecnologias desenvolvidas no programa iriam fornecer os mecanismos para melhorar a descoberta de conteúdo, extração de informação, recuperação de informação, a colaboração do usuário e outras "funções chave" de busca.
 
     Os benefícios imaginados pelo uso do programa incluem:
  • Desenvolvimento da próxima geração de tecnologias de busca para revolucionar a descoberta, organização e apresentação do conteúdo específico de domínio
  • Criação de um novo paradigma de busca específica de domínio para descobrir conteúdo relevante e organizá-lo de maneiras que são mais imediatamente útil para tarefas específicas
  • Extensão das capacidades de pesquisa atuais para a DW e de conteúdo "não tradicionais"
  • As interfaces melhoradas para militares, o governo e as empresas comerciais de encontrarem e organizarem a informação disponível publicamente na WEB.
Memex acabaria por aplicar-se a qualquer conteúdo de domínio público; inicialmente, a DARPA pretende desenvolver Memex para abordar uma missão chave do Departamento de Defesa (EUA): Combate ao tráfico humano. O tráfico de pessoas é um fator crítico em muitos tipos de investigações de inteligência militares e policiais e também tem uma presença significativa na WEB para atrair clientes. O uso de fóruns, chats, anúncios, ofertas de trabalho, serviços ocultos, etc... Que em outras palavras encontram-se o tráfico de armas, a pedofilia ou outros "comércios sexuais", tráfico de drogas (sendo estes últimos muito mais interligados do que muita gente pensa) e que continuam a permitir que uma indústria crescente de escravidão moderna se mantenha através do ciberespaço.

    Um índice que poderá ajudar em sua estratégia para o domínio de combate ao tráfico, juntamente com interfaces configuráveis ​​para a pesquisa e análise, permitiria novas oportunidades para descobrir e derrotar estas "empresas" de  tráfico.
 
     Memex planeja explorar três áreas técnicas de interesse: Indexação específica do domínio, busca de domínio específico e aplicações DoD especificados. O programa não é especificamente interessados ​​em propostas para o seguinte: Atribuindo serviços anônimos (deanonymizing) ou atribuindo identidade de servidores ou endereços IP, ou acessar informações não se destinam a ser tornados públicos. O programa pretende usar hardware de consumo e enfatizar a criação e alavancar a tecnologia de código aberto e arquitetura.
 
     O programa Memex recebe o seu nome e inspiração de um dispositivo hipotético descrito em "As We May Think", um artigo de 1945 para The Atlantic Monthly escrito por Vannevar Bush, diretor do Escritório dos EUA de Pesquisa e Desenvolvimento Científico (OSRD) durante a Segunda Guerra Mundial . Concebido como um computador analógico para complementar a memória humana, o Memex (uma combinação de "memory" e "index", ou índice de memória) iria armazenar automaticamente e de referência cruzada de todos os livros do usuário, registros e outras informações.
 
     Esta referencia cruzada, que Bush chamou de indexação associativa, iria permitir que os usuários rapidamente e com flexibilidade procurassem enormes quantidades de informações e as ideias deles ganhassem mais eficiência. O Memex pressagiava e incentivou cientistas e engenheiros para criar o hipertexto, a Internet, os computadores pessoais, enciclopédias on-line e outras grandes avanços de TI das últimas sete décadas.
 
    Bem, esta é a forma "oficial" e muito suave da DARPA em descrever o seu então novo motor de busca, demonstrando-o como um motor de busca que ajudaria a diminuir os casos de tráfico humano (o que não deixa de ser verdade, mas, só parte da verdade).

  Em 2014, a DARPA anunciou um projeto para criar um poderoso motor de busca que poderia encontrar "coisas" na DW, que ainda não estão indexadas pelo Google e outros motores de busca comerciais. O projeto chamado de Memex Deep Web Search Engine, está bem avançado.

    O Memex estava até algum tempo  sendo usado pelas autoridades de Nova York, fazendo ajustes e corrigindo a sua forma de pesquisa silenciosa, e é apenas uma questão de tempo que este passe da fase piloto para ser usado por todas as forças policiais norte-americana. No momento, o FBI já usa o Memex nas suas investigações em crimes cibernéticos, mas a aplicabilidade do Memex é bem mais abrangente, então não é muito fácil saber em que pé ou amplitude está o uso atual do Memex. Mas uma coisa é certa, nem toda a potencialidade é usada pelo FBI, pois há muita coisa que envolve as pesquisas da CIA e como todo mundo sabe, há aquela briguinha idiota de "jurisdições"... Contudo, o banco de dados do Memex fica exatamente no Data Center da NSA... Legal, né?

    Pois é, o Memex foi projetado para superar os desafios que são impostos pela DW para deixar tudo no anonimato.

    O inventor do Memex é Chris White. De acordo com as autoridades norte-americana, este é um motor de busca que não vai ser disponibilizado o seu download, até porque as suas buscas transcendem as pesquisas tradicionais - este é uma mistura de motor de pesquisas, sniffer, tracer, etc.. Os Data Centers e servidores por detrás do Memex, são de uso apenas das autoridades...

    Bem, vamos dar uma olhada nas "ferramentas" que fazem parte deste projeto, mesmo sabendo que há outras...:

    ImageCat Analisa imagens e extrai seus metadados EXIF e qualquer texto contido na imagem via OCR. Ele pode lidar com dezenas de milhões de imagens.
 

    ImageSpace Este fornece a capacidade de analisar e pesquisar através de grandes números de imagens baseadas em metadados associados e texto OCR ou subindo uma imagem.

    MemexExplorer é uma estrutura plugável para rastreamentos específicos de domínio, pesquisa e interface unificada para Ferramentas Memex. Este inclui a capacidade de adicionar links para outros aplicativos baseados na WEB.

    FacetSpace permite a pesquisa de grandes conjuntos de dados com base na extração e manipulação de características particulares relevantes.

    LegisGATE é um aplicativo para a execução do General Architeture for Text Engineering sobre recursos legislativos.


    Bem, lendo sobre estas "ferramentas" acima, até parece que não há nada de extraordinário, mas nas entrelinhas dá para perceber o quão profunda é a forma de pesquisa do Memex. Não trata-se apenas da pesquisa casual de um nome ou uma coordenada de GPS, mas da pesquisa biométrica e visual de parte ou do todo de uma imagem, além de lugares. Também inclui a pesquisa de textos em páginas web e redes sociais que possam conter alguma indicação de premeditação criminosa, além de relacionar o objeto pesquisado à que tipo de crime é melhor abrir um processo, sobre que jurisprudência e jurisdição, se for o caso...


Estes são os domínios de trabalho ativamente usados com Memex.

  • GeoInformática em Tráfico de Pessoas 

Coleta dados e informações sobre vítimas de tráfico humano com recursos de informática geoespacial.

 

  • Reconhecimento Facial

Gerencia fotos de terroristas em potencial e encontra outros lugares que eles existem na web.
   
  •  Pesquisa de Materiais

Coletar e analisar dados de trabalhos de pesquisa para criar conhecimento compartilhado em torno de um assunto ou tópico.


  • Citações do Tribunal

Rastreia na web documentos judiciais para ajudar a identificar traficantes de pessoas.

 
     É claro que  essa é a informação simplória que o pessoal do projeto Memex quer passar (sabe de nada inocente...)

    Na minha opinião, o Shodan é um motor de pesquisas bem criancinha se compará-lo com o Memex.

    E à propósito, o Memex parece muito (ou faz-me lembrar) daquela série de ficção Person of Interest...

    De acordo com um gerente de programação, partes do Memex já estão disponíveis e a DARPA antecipa que vários componentes do sistema global Memex serão disponibilizadas mais amplamente ao público por meio do Catálogo DARPA. Realmente tem várias universidades de renome, Assim como MIT no meio deste estudo e com diversas propostas sobre várias formas de pesquisas.

    A DARPA deu a entender que o Memex é de código aberto, mas até que ponto este código aberto vai ser disponibilizado, eu ainda não sei. Mas uma coisa é certa: As gigantes Google, Yahoo e Bing estão só de olho no Memex pois este transcende os algoritmos dos atuais motores de pesquisa que focam mais no âmbito comercial. O diferencial do Memex é que este não vai "enxergar" distinções entre redes da superfície e da DW, e a sua pesquisa não limita-se apenas à rede Tor.

    Eu deixo aqui a página com os diversos modelos de algoritmos em estudo para a inclusão no Memex (aqui). É possível baixar os arquivos.


    E aqui vai um link de vários vídeo (em inglês, inclusive legendas) sobre esta ferramenta que vai mudar um pouco o ritmo daquela galera que acha que a DW é inviolável (aqui). Se você não leu sobre as camadas da DW veja (aqui), e fique sabendo que a predecessora da rede Tor, The Onion Routing (TOR), foi criada pela DARPA em conjunto com USNavy (1994).

    Eu me lembro que em algum lugar eu escrevi que a DARPA já deveria ter uma "versão" da rede Tor que pudesse ler esta atual e tão conhecida rede da DW. Pois é, este Memex está mais parecendo uma "parte" da antiga TOR que não foi entregue aos internautas.

    E se eu parar e pensar bem, o Memex só apareceu na mídia quase 20 anos depois da criação da então The Onion Routing (TOR). Tempo mais do que suficiente para "aprender" a realizar buscas nas redes Freenet, I2P (que usa um protocolo chamado de Garlic Routing, mas não é a rede Garlic) e sim uma variante da Tor (ou Onion se preferir), Garlic (que também já herdou "alguma coisa" da I2P), e o Memex está avançando nas pesquisas de outras redes criptografadas.

    É bom lembrar que cada sub-rede da DW herdou "alguma coisa" de outra ou outras sub-redes, e esta herança está mais nos hábitos de programação da equipe que montou. Olhando cuidadosamente dá para perceber certos "hábitos involuntários" na programação e que estes pertencem à alguma pessoa ou equipe de programação.

    Então não é muito difícil o Memex possuir algoritmos baseados em "particularidades". O pessoal da DARPA também não deve ter tido nenhum problema em estudar o Emule, e por tabela, poder também "mapear" outras redes como a KAD ou a Retroshare, etc... Ou você acha que a DARPA não vai ter à disposição o código fonte de software norte-americanos, alegando esta necessidade como algo de segurança nacional?

    Pode ter certeza que uma boa parte deste projeto vindo da DARPA não vai ser do conhecimento público, pois é melhor criar um projeto que todos possam participar do que simplesmente ficar calado (vai que vaza alguma coisa, né?) É uma cortina de fumaça que está dando os seus frutos, sem chamar a atenção.

    O anonimato é algo que ainda existe na DW mas (sempre o maldito "mas"...), vai depender de muitas coisas para continuar a existir, e a primeira vai depender de você leitor e usuário! Seus hábitos e comodismo são os piores inimigos.