domingo, 20 de abril de 2014

O Eu & eu (parte 02)







18. Este “intervalo” ou ciclo, quer dizer: reencarnação?

Sim. Apesar do termo “reencarnação” não ser precisamente correto e, erroneamente compreendido por diversos adeptos de sua filosofia ou crença – sem contar as diversas variações da sua interpretação e finalidade.

19. Filosofia? Mas, não é a reencarnação parte de estudos religiosos, sendo então, um principio religioso e uma questão de fé?

A fé e a religiosidade tratam da esperança inata ao ser humano e na padronização de respostas a temas abstratos da consciência humana contemporânea, respectivamente.

20. Pode ser mais claro?

A abstração não é necessariamente uma questão de fé ou religiosidade; a reencarnação é tão simples e abstrata quanto à 2ª. Lei de Newton. Ou seja: é fácil descrevê-la, citá-la e decorá-la, mas, não veem a sua essência embora, possam usufruir dos seus princípios na vida.

21. Então, a reencarnação é uma lei de causa e efeito?

Pode-se dizer que sim, porem não tão inflexíveis quanto à 3ª. Lei de Newton.

22. Então há exceções na lei da reencarnação?

Não há exceções na Criação de Deus. A reencarnação é apenas um principio de transformação e evolução da Sua Criação. Lembra quando disse que tudo já existe em perfeição e harmonia? Pois é, é essa harmonia que contagia o intelecto humano, e o excita constantemente a pensar no “porquê” das coisas. A causa e o efeito de tudo estão no mesmo lugar – não vão ou veem de lugar nenhum.

Nem sempre o ser humano consegue perceber a causa ou o efeito de uma ação, sem contar quando frequentemente, associa uma causa a um efeito erroneamente e vice-versa.

23. Se a reencarnação existe, por que há tanta polemica quanto a sua veracidade e conflito com a vida eterna após a morte?

Duas palavras: medo e orgulho.

24. Como assim?

Medo, porque frustra na mente das pessoas a esperança de alcançarem o paraíso e reencontrarem-se com seus entes queridos, logo após a “morte”. Orgulho, porque ameaça a credibilidade de instituições religiosas e do caráter de seus membros, além de ameaçar seus poderes financeiros e políticos.

25. Então Jesus é um mentiroso? Pois ele prometeu que, com o nosso arrependimento e batismo, haverá a salvação das nossas almas e a entrada no paraíso.

Jesus sempre falou a verdade. Você já se esqueceu das palavras: “O Reino dos Céus está dentro de vós”. Pois é, O Reino dos Céus é o paraíso e ninguém nunca o perdeu, e nem vai perdê-lo. Eu disse que TODOS alcançarão a autoconsciência do paraíso. Jesus sabia que ninguém negocia com Deus, e procurou reeducar um povo que ainda apostava em sacrifícios como passe para a expiação dos pecados, e de um lugar no paraíso.

Jesus pregou o amor de Deus que há em cada ser humano, e exortou-o a ser aplicado na forma do perdão, da caridade, da bondade e na universalização da espiritualidade (homens e mulheres têm a mesma herança divina assim como os mesmos deveres e responsabilidades). Até então (naquela época), as mulheres eram consideradas apenas como um objeto de uso à procriação e manutenção da vida domestica; não tinham voz política, cultural ou religiosa. A participação das mulheres, nos estudos que Jesus ensinava, era mais perigosa – do ponto de vista militar, político, social, cultural e religioso – do que o conteúdo de seus ensinamentos. Jesus mesmo repetiu varias vezes que não tinha vindo para mudar as leis, e sim, para cumpri-las. Ou seja, Ele veio a ensinar que a evolução humana não se da apenas pelo universo masculino; a natureza é dual (e sempre será), e que a espiritualidade humana não é manca: homens e mulheres devem contribuir com seus próprios esforços para alcançar a autoconsciência do paraíso.

26. E porque Jesus instituiu o batismo como preceito à salvação?

Jesus nunca instituiu o batismo, este já era uma prática há muito tempo utilizada pelos Essênios (uma ordem mística), João Batista - daí a palavra batismo – que fazia parte dela, levou-o para Jerusalém.
 

Contudo, João Batista sempre falava que ele “batizava” com a água, mas, alguém maior, batizaria com o Espírito Santo. E o que é o Espírito Santo senão, esta centelha divina que há em cada ser vivo que respira na Terra.

27. Se o batismo não servia para nada, porque João Batista o instituiu?

Antes de tudo, João Batista já havia estudado com Jesus no Monte Carmelo (algo equivalente a uma universidade, na época); os sábios da época há muito conheciam o poder terapêutico e medicinal da água (a água sempre foi o solvente universal), e sem ela seriam impossíveis a manufaturarão de chás, xaropes, unguentos, assim como, as assepsias necessárias no tratamento de enfermos; além da água estar sempre associada à limpeza e pureza. Em Nazaré havia uma organização chamada de “Os Nazarenos” (um ramo de estudiosos dos Essênios, que se dedicavam à terapêutica), Jesus e João Batista faziam parte da mesma. O titulo “Jesus de Nazaré” é incorreto, pois Ele era conhecido como “Jesus, o Nazareno”. Hoje pode parecer um absurdo, mas, naquela época, as pessoas passavam meses sem tomar banho (a água era preciosa demais para ser frequentemente usadas no corpo); havia muitas guerras e os soldados romanos eram os que mais necessitavam da mesma; ainda havia o comercio de vasos, artefatos domésticos e metalurgia, assim como a fabricação de Pães e o cozimento de alimentos. A água, portanto, valia ouro (nada diferente de hoje).

Pois bem, como falar de coisas abstratas como a espiritualidade; a “pureza da alma”; “limpeza espiritual”, sem utilizar a água como elemento de transformação física e psicológica? Naquela época, as pessoas não costumavam entrar nos rios; ficavam as margens apenas para lavar o necessário ou recolher água. Quando João Batista convidou seus seguidores ao batismo (a submersão completa do corpo na água), houve muita relutância e vergonha (a grande maioria não sabia nadar), o medo de se afogar, ficar doente e o constrangimento de parecer diferente (limpo), era algo novo. Contudo, a sensação de bem estar que qualquer pessoa sente ao se banhar, contagiou os mais tímidos e relutantes, e em muitos casos, tal sensação foi associada a uma mudança espiritual (remonta daí a frase: “de alma lavada”). João Batista sabia que a limpeza física era essencial na melhoria do bem estar dos seus seguidores e, esteticamente era um divisor de identidade entre os que o seguiam e os céticos. Assim como, seus seguidores eram bem mais receptivos (limpos) do que a maioria da população imunda; sem contar o fato de que esta mudança de comportamento agradou deveras, as mulheres, que sempre foram atraídas pela higiene e limpeza, além de ninguém não ter que pagar qualquer tributo por seguir João Batista. O batismo, só poderia dar em sucesso.

28. Então porque Jesus se submeteu ao batismo, se Ele não precisava?

A grandeza de um Mestre esta na sua humildade. Nem João Batista esperava que Jesus fosse até ele, daí o seu espanto ao dizer: “Mestre, sou eu que tenho de ser batizado por ti, e tu vens a mim?”. Jesus pediu a João Batista que fosse tratado como qualquer outro discípulo, pois o que João Batista estava fazendo, tinha o mesmo valor para Ele. Em outras palavras: não há privilegiados de Deus, TODOS são iguais em natureza e essência. As atitudes de Jesus eram muitas vezes mais profundas do que suas palavras...

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