sexta-feira, 22 de agosto de 2014
A Consciência precisa ter começo e fim para existir? - Atualizado em 21-Mar-2017
O que pode haver de mais intrigante do que a Criação? Como Ela aconteceu? Por que veio Ela a existir? A Criação foi espontânea ou predeterminada? Se for espontânea, havia uma substancia criada anteriormente? O caos tem alguma qualidade em si mesmo? Se o tem, qual é a sua origem?
Apesar de que quando falamos na Criação logo nos vem à teologia e a imensa literatura que a mesma descreve a "razão" do inicio do universo e da vida. Não podemos esquecer de que, seja qual for a teoria mais razoavelmente aceita hoje sobre a Criação, ela não era questionada até o primeiro ser humano perguntar a si mesmo: “- Por que?”.
Até esta pergunta ser feita – e talvez esta seja a expressão mais preciosa da humanidade – o que era então a Criação? Se admitirmos que exista uma causa predeterminada, voltamo-nos à teologia, ou à mente como força propulsora da Criação. Esse conceito entende que a Criação foi uma ideia primordial, com um objetivo a ser atingido. Resumindo, que foi Ela premeditada.
Esse conceito pressupõe que há uma entidade racional, pensante e que a Criação seria uma ideia incorporada à mente desta entidade, tal potencialidade mental, só nos é conhecida em semelhança à mente humana. Por isso é natural o ser humano pensar nesta Mente Infinita como um atributo de um Ser Sobrenatural.
Embora ainda fique a pergunta: “- O que havia antes desta entidade idealizar a Criação?”. Com certeza, “nada” é o que não poderia ser, pois esta entidade já seria por si mesma algo demais para ter a capacidade de criar, pois o nada não pode dar origem a alguma coisa. Lembram-se?
Deste modo, admitindo-se que esta entidade é infinitamente inteligente, racional, pensante, deduz-se que ela projetou a Criação através de raciocínio inteligente e, logicamente, teve que realizar escolha e preferências para que a Criação por ela projetada fosse realizada ao seu gosto.
Isto nos leva ao fato de que tal entidade, teria de ter os atributos análogos ao do ser humano, como as emoções, paixões e sentimentos. Sendo assim, fica fácil de concluir que pareceu lógico ao próprio ser humano, atribuir a esta entidade as características inerentes a ele, porem com poderes ou aspectos divinos, como os deuses.
Através do conhecimento de que a mente elabora um pensamento inteligente através dos raciocínios dedutivo, silogístico e indutivo, percebemos que o ser humano não teve outra escolha em sentir em si mesmo alguma intimidade entre ele e o seu Criador.
Assim como também, o ser humano passou a partir de si mesmo, autoidentificar-se com os atributos que naturalmente deveriam fazer parte do Criador, pois não tinha outra espécie que pudesse servir de modelo inteligente, pensante e racional, como ele mesmo.
Logo, a necessidade de existirem tais deuses era mais do que natural, do mesmo modo que havia vários seres humanos e com qualidades diferentes entre si, e que as suas proles apesar de manterem certas características dos pais, possuíam uma personalidade totalmente diferente dos mesmos, o que fez os primeiro seres humanos a deduzirem que esta deveria ser a forma para eles serem criados por seres com diversas características.
Dai surgiu à ideia de estes deuses teriam sido mortais, e que mais tarde, tivessem alcançado uma condição divina; posteriormente foram concebidos como seres auto gerados, ou seja, surgiram de si mesmos, e esta talvez tenha sido a forma que o ser humano encontrou para afastar destes deuses, qualquer ligação materna direta, ou algum tipo de vinculo inferior humano direto.
A partir do monoteísmo, o Deus Único teria de ser auto gerado, pois nada o precederia. Tais ideias despertaram polêmicas teológicas e discussões antológicas. Em outras palavras, centralizavam-se em torno do mistério de um ser auto gerado, pressupondo-se que esta autogeração fora uma Criação a partir de um “algo” preexistente que fora transmutado em uma divindade ou de que Deus viera à existência a partir de um vazio, uma condição de não existência.
Não obstante, aceitando-se esta condição de que Deus surgir do nada implica que a existência é uma realidade negativa, e voltamos à questão de onde então proveio aquele estado ou condição que recebeu à realidade de uma não existência?
Se for apreendido ou denominado, não será, portanto uma “coisa”.
Talvez o leitor esteja se questionando: "o que tudo isso tem a ver com a consciência?". Na verdade tem tudo a ver, pois, por que temos consciência e de onde ela veio?
Há uma passagem muito bem conhecida da Bíblia e que também encontra-se nos escritos do Bhagavad Gita, nos hieróglifos egípcios e sumérios, por sinal bem mais antiga que a versão bíblica e que trata da polêmica fábula sobre a árvore da vida e do conhecimento.
Esta fábula é mais uma dentre inúmeras que foram contadas oralmente ao longo de milênios por sábios, de forma que o real significado e profundamente abstrato, ficasse longe do povo ignorante, deixando a estes uma ideia mais simples que até hoje é levada como verdade sagrada.
É ainda impressionante como tantas pessoas realmente acreditam que uma cobra soubesse falar com o ser humano e vice-versa. Contudo se alguém argumentar que no início da Criação o ser humano sabia falar a língua dos animais, como ele então "desaprendeu" ao provar do fruto da árvore da vida e do conhecimento? Que eu saiba, conhecimento não deixa ninguém mais burro, nem faz ninguém "desaprender".
Ok, voltemos as personagens que envolvem o quinteto Deus, Adão, Eva, a serpente e a árvore. É mais do que justo fazer uma pequena reflexão sobre as personagens desta tão conhecida fábula:
a) Deus. Bem esse até que dispensa comentários pois a sua participação é mais do que imprescindível, pois trata-se da Sua própria Criação;
b) Árvore. Milenar símbolo do conhecimento, sabedoria, e da longevidade, além da analogia do conhecimento surgir na mente humana pelo processo de semear e colher seus frutos com o passar do tempo. Assim como também o da árvore vergar-se diante as intempéries da ignorância, sem tombar, pois as suas raízes sustentam a verdade.
c) Serpente. Milenar símbolo do mistério, da dúvida e da indecisão. Provavelmente estas qualidades foram-lhe atribuídas devido a sua natureza invulgar que fez os antigos não saberem-na classificar, pois apesar de respirar, é um animal de sangue frio; apesar de possuir escamas, não é algum tipo de peixe; apesar de deslizar pelo solo e subir em árvores, não possui pernas ou mesmo patas. Se pensarmos bem, esta é um ser realmente "misterioso", mesmo com o conhecimento amplo que temos hoje sobre a mesma, agora imagine isto há mais de 5000 anos atrás (pelo menos)...
d,e) Adão & Eva. Ambos na verdade poderiam representar a "obra prima" do Criador ou simplesmente a humanidade. Mas por que havia a necessidade de apresentá-los numa narrativa dando-lhes sutilmente atributos e atitudes bem distintas?
Adão e Eva na verdade, representam a dualidade do ser humano, do Universo e do próprio Criador. Afinal, tudo o que existe é formado, composto ou expresso sempre de forma dual (positivo/negativo, masculino/feminino, luz/trevas, Céu/Inferno, etc).
Se observar com mais atenção, as três personagens antes de Adão e Eva, não expressam nenhuma dualidade, tipo macho e fêmea. Pelo menos para os antigos, pois não havia como definir qual era o sexo da árvore, da cobra e muito menos do Criador...
Por isso a trama foca-se no casal Adão e Eva... Agora vamos ser honestos. Por que Eva tinha que ser o "bode expiatório"? Afinal, foi através dela que todos nós passamos a ter vergonha e conhecermos o bem e o mal, além de tornarmo-nos mortais!
Agora, partindo do pressuposto que todo esse Universo foi feito para um único casal humano, poderia até convencer a enorme quantidade de pessoas analfabetas e ignorantes da antiguidade. Mas eu duvido que ninguém tenha aparecido com alguma pergunta do tipo: "- Se o Criador fez milhares de casais de seres vivos, por que então apenas fez um único casal humano?". A resposta é bem simples: Porque ninguém sabia explicar! Por isso esta trama foi criada deste jeito.
Eu já disse em outro trabalho, que muitas coisas foram "importadas" pelos e egípcios e seus "primos" os sumérios, mas fizeram de tudo para que o crédito fosse de outras literaturas, apenas porque a civilização egípcia já não era mais tão influente.
E tem mais, esta trama tinha também que retratar a condição social vigente da época: O homem era o senhor da família, forte, inteligente e varão. Por outro lado, a mulher era apenas a companheira do homem, mãe de seus filhos e serviçal. Caso houvesse algum atributo feminino, este seria a intuição, sensualidade aliada a sua sexualidade e submissão ao homem.
Por isso na trama, a mulher (Eva) foi tão facilmente enganada pela cobra (já que a inteligência era um atributo dos homens). É tão ridícula essa trama, que quem a bolou, nem se tocou que Adão com toda a sua inteligência, recebeu a maçã das mãos de Eva e não percebeu que era a o único fruto (entre milhares de outros) que não poderia comer! Ou seja, deu uma de tremendo babaca...
Ainda hoje não é tão fácil falar desta dualidade, pois há muita coisa à respeito da mesma e possui a natureza abstrata, imagine então há milênios atrás.
Agora se reunirmos todos as personagens, veremos que a verdadeira trama foi feita para retratar a dúvida, o momento que o ser humano disse a si mesmo "por que?" e passou a ter consciência de si mesmo e do Universo; tornou-se capaz de prescrutar o Universo e de saber que perguntando, encontraria respostas e acumularia o conhecimento, tornando-se cada vez mais sábio.
Temos então, a seguinte imagem mostrando esse glorioso momento em que o ser humano reconheceu-se como um homo sapiens: A causa de tudo (Criador); o infinito conhecimento por detrás de toda esta Criação (árvore); a dúvida (cobra) que é a mola propulsora do pensamento inteligente; a dualidade dos seres e da mente da humanidade (Adão & Eva); a pergunta que é o fruto do saber (maçã).
Tudo isto foi depois representado com muito mais detalhes na tão conhecida árvore da kabbalah. Pois ambas retratam a consciência e a autoconsciência humana de que há algo maior por detrás da sua existência. Contudo, muito de todo este simbolismo foi deturpado ou propositadamente "floreado" para agradar pessoas de aceitação intelectual fácil.
Se prestarmos mais a atenção na narrativa da árvore da vida e do conhecimento, o símbolo principal é a árvore. A árvore que representa não apenas o conhecimento, mas o conhecimento universal e a consciência universal. Em outras palavras, o aspecto divino que há no ser humano (chame este de como você quiser). Por ser um atributo de natureza abstrata, ainda hoje é motivo de muitas discórdias e muitas guerras.
A consciência que possuímos, que sentimos fazer parte do âmago do nosso ser e que não fazemos a mínima ideia do seu alcance ou tamanho é maravilhosamente simbolizada pela árvore. Embora o conhecimento esteja relacionado à árvore, na verdade, o conhecimento é o produto final da compreensão humana que ocorre na consciência.
É a consciência que tem as raízes arraigadas na mente e os seus frutos são as nossas ideias que "alimentam" a sabedoria humana através da somatória do conhecimento de cada ser humano, e as folhas que se trocam são as ideias que vão atualizando-se com a evolução do pensamento da humanidade.
Passado esta fase de simbolismo, eu deixo algumas perguntas para que você possa refletir (até porque se eu responder, só terá valor para a minha própria consciência...):
- "- Qual é o limite da consciência (se é que há)?";
- "- Temos a mesma consciência de tudo ou a consciência de cada um é única?";
- "- Será que toda a Criação já está na nossa mente, e o ato de "descobrir" é apenas um processo de tornar-se consciente do que já existe em nós?";
- "- Então, tempo e espaço são apenas estados de consciência?";
- "- Desse modo, o meu corpo (com um DNA exclusivo), é apenas um 'filtro' que permite-me ter a consciência que preciso?";
Eu espero que da próxima vez que você contemplar uma bela árvore, maravilhosas ideias surjam na tua consciência, como frutos de uma reflexão.
Uma Paz Profunda!
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
"Sempre Ligado" (caia fora dessa loucura) - Atualizado em 14-Mar-15
Você está de férias, mas checa os e-mails do trabalho assim que acorda. E fica preocupado se o hotel não tiver um bom wi-fi ou se o seu celular não tem sinal.
Esses típicos indícios de que você pode sofrer do estresse conhecido como "sempre ligado", que afeta pessoas que não conseguem largar de seus smartphones.
Para alguns, os aparelhos os liberam de uma rotina rígida no escritório. As horas de trabalho ficaram mais flexíveis, dando mais autonomia ao funcionário. Para outros, no entanto, os smartphones se transformaram em verdadeiros tiranos dentro do bolso, impedindo que seus usuários se desconectem do trabalho.
E essa dependência torna-se cada vez mais preocupante, segundo observadores.
Passar um tempo no telefone e um tempo sem ele, aproveitando tua família e teus amigos é o ideal e uso correto de qualquer celular.
Alguns empregadores estão percebendo que não é muito fácil manter esse equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Alguns precisam de ajuda externa.
A montadora alemã Daimler, por exemplo, recentemente passou a oferecer um apagador automático de e-mails para funcionários de férias, reconhecendo que muitos tem dificuldade em se desligar do trabalho
Os impactos dessa cultura do "sempre ligado" são que a tua mente nunca descansa, você não dá ao teu corpo o tempo para se recuperar e você fica sempre estressado.
E quanto mais cansaço e estresse, mais erros cometemos. A tua saúde mental e física pode e vai sofrer, será mesmo que tudo isso vale a pena?
O fato de podermos estar conectados ao trabalho em qualquer lugar do mundo está fomentando inseguranças.
Há uma enorme ansiedade quanto a delegar, há várias pessoas exaustas porque viajavam conectadas o tempo todo, independentemente do fuso horário em que estivessem.
As mulheres causam preocupação em especial: muitas passam o dia trabalhando, voltam para casa para cuidar dos filhos e ainda fazem uma jornada extra no computador antes de dormir.
Essa jornada tripla pode ter um grande impacto na saúde.
O presidente da Sociedade Britânica de Medicina ocupacional, Alastair Emslie, concorda, alegando que centenas de milhares de Britânicos relatam anualmente sofrer de estresse no trabalho - a ponto de adoecerem.
As mudanças tecnológicas contribuem para isso, sobretudo se fizerem os funcionários se sentirem incapaz de de lidar com as crescentes demandas ou perderem o controle sobre sua carga de trabalho.
Dados indicam que os Britânicos passam até 11 horas diárias consumindo mídias; e o Brasil tem um dos maiores índices globais de uso diário de smartphones (cerca de 1 hora e meia a mais).
E, com o crescimento no número do smartphones, cresce também a quantidade de dados à nossa disposição - o que pode levar a uma espécie de paralisia.
Isso cria mais estresse no ambiente de trabalho porque as pessoas estão tendo de englobar uma quantidade maior de informações e meios de comunicação, e é difícil gerenciar tudo. Torna-se mais difícil tomar decisões, e muitos perdem produtividade por estarem sobrecarregados e sentirem que nunca escapam do trabalho.
Ficar checando e-mails é trabalhar, mas muitas vezes não é algo produtivo, a checagem constante de e-mails fora do escritório pode, em alguns casos, desrespeitar legislações trabalhistas. Isso coloca em risco o dever da empresa em zelar por seus empregados.
Uma pesquisa da empresa TI SolarWinds diz que mais da metade dos trabalhadores entrevistados sente que é esperado que eles trabalhem mais rápido e cumpram prazos menores por estarem mais conectados. Quase a metade deles acha que seus empregadores esperam que eles estejam disponíveis a qualquer hora e qualquer lugar.
Claro que tudo é negativo e que essa ideia de estar "sempre conectado" está na verdade, ajudando os trabalhadores a gerenciarem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
A chave é fazer com que essa flexibilidade aja em teu favor e ser disciplinado quanto ao uso de smartphone.
Ou seja, se você vai sair de férias, lembre-se de ativar os alertas que avisarão que você estará "fora do escritório", de desligar o seu telefone e mantê-lo longe do alcance quando for dormir.
Lembre-se de que raramente você é o "único" capaz de resolver algum problema no trabalho.
Agora falando sério, por que adultos que vivem dando lições de moral aos adolescentes, cometem os mesmos erros com um agravante pior que é atentar contra à própria saúde não ficando longe de um smartphone e mais perto da própria família?
É até compreensível que os jovens cheios de vigor e disposição exagerem um pouco na dose. Mas e quanto aos adultos que provém o sustento de suas famílias através do trabalho, e ariscam-se tanto para se sobressaírem, tornando-se vítimas da própria obsessão, e que apontam o dedo quando trata-se dos filhos?
Dar continuidade ao trabalho através de qualquer dispositivo móvel é trabalhar de graça à toa; não vai ganhar nenhuma promoção ou aumento salarial; não vai melhorar o teu rendimento ou tornar-te mais sábio.
É impressionante que as mesmas desculpas dadas pelos adolescentes são aplicadas pelos adultos para justificar as suas "responsabilidades".
Toda a tecnologia veio para facilitar e simplificar a vida de qualquer pessoa, e não escravizá-la.
De que adianta os adultos irem para a academia, praticar esportes, parar de fumar e beber se eles não dão nenhum descanso ao seus cérebros, às suas memórias?
Ninguém estará bem de saúde sem equilibrar o físico e o mental. De que adianta um corpo delineado e bonito, mas uma mente cansada, estressada, esgotada e escrava de um pequeno dispositivo eletrônico.
Não é exagero não, mas tais atitudes apenas vão acelerar o teu encontro a seis palmos abaixo da terra.
Apenas uma pergunta bem simples: Você vai querer ser enterrado com o teu smartphone também?
Ainda bem que eu não sou o único que pensa e vive de forma livre, sem nenhuma corrente tecnológica roubando o precioso tempo da minha vida e de tudo o que há de real nela eu posso usufruir, principalmente as pessoas de verdade, e não centenas de "amigos" virtuais.
(postagem anterior) (próxima postagem)
A quem a auto-ajuda ajuda? - Atualizado em 15-Nov-15
Ás vezes eu fico olhando para o que acontece no mundo e fico pensando se apenas eu consigo ver certas coisas que parecem passar despercebidas pela multidão que cruza por mim o dia todo, correndo de um lado para o outro, resolvendo os seus problemas, ou criando novos para si mesmos.
Já fazia um tempo que eu não ia a uma banca de jornais. Visitei uma no shopping e fiquei contemplando aquela miríade de revistas e livros para todos os gêneros e gostos.
O mais interessante é que grande parte de toda aquela vasta literatura direta ou indiretamente tinha o cunho de autoajuda (não necessariamente explicito).
Praticamente todas as revistas de fofocas, tem algum artigo de autoajuda, seja ele disfarçado de como vestir-se melhor, alimentar-se melhor, maquilar-se melhor, etc. porém utilizando pessoas da mídia (atrizes, cantoras, atletas ou apresentadores de algum programa de TV).
Ou seja, tais artigos mostram aquela casa linda bem decorada, ou aquele corpinho escultural de uma atriz bem conhecida (e linda por sinal), como modelo a ser seguido para que você também possa sentir-se tão bem por dentro, mesmo que seja apenas para dizer que veste-se, alimenta-se, tem algo na sua casa, ou pratica alguma coisa, tal qual determinada atriz.
Seria isto uma autoajuda ou uma autoanulação da própria personalidade, pois o fato de admitir que para ser feliz é mais fácil imitar o que os outros fazem e não o que a própria pessoa pode desejar e gostar (mesmo que os outros não gostem).
Por que temos que correr atrás de modelos estereotipados para termos uma vida "natural", como se a nossa verdadeira vida natural, não fizesse sentido?
E o pior de tudo isso é que, a medida que esses "modelos de ocasião" mudam de gosto, de hábito e até mesmo de dieta, milhares de seguidores o fazem também, sem ao menos parar para refletir se tais atitudes de fato vão fazer bem a si mesmos. E com a tecnologia literalmente nas nossas mãos, essas mudanças coletivas são quase instantâneas.
Quero deixar bem claro que não refiro-me aquelas "modas de época", como por exemplo a moda hippie dos anos 70 e de outras dos anos 80 e 90. Até aí tudo bem, por que não há uma sugestão pessoal sobre como direcionar a sua vida baseada nos hábitos, crença ou gostos de uma determinada pessoa.
Eu acho até legal quando vejo jovens que mudam o seu penteado, ou incorporarem o uso de alguma vestimenta para se identificarem com o seu artista ou atleta favorito. Porém, quando uma pessoa se penteia como a personalidade A, veste-se como a personalidade B, alimenta-se como a personalidade C e pratica atividades físicas como a personalidade D, aí então, tem alguma coisa muito errada ao meu ver.
Pois, uma coisa é de forma saudável "imitar" o seu ídolo em alguma particularidade, e a outra, é anular a sua própria identidade em detrimento dos hábitos de alguém, que mesmo possuindo certos talentos e beleza, suas atitudes não refletem as necessidades próprias daqueles que os admiram.
Não sei se na ânsia de publicar matérias nos periódicos (para fechar a edição), ou se para explorar o sucesso de alguma personalidade, "encaixa-se" algumas matérias que podem até serem úteis para uma certa parcela da humanidade, mas que não são um modelo de vida, saúde ou caráter.
Cada vez mais, eu costumo observar que a atual geração está mais "ligada" no modo de viver, vestir-se e alimentar-se pelo que estas personalidades da mídia espelham através da televisão, cinema ou shows.
São inúmeros casos de fãs que chegam ao extremo a ponto de modificar o seu próprio corpo (seja uma tatuagem ou uma cirurgia estética), apenas por que ficou legal na atriz, modelo ou atleta...
Tais jovens esquecem-se que apenas estas opções tem alguma validade no universo pessoal de cada pessoa, e que não há verdadeiramente um atributo que possa ser "aplicado" e universalizado sem critério ou uma razão real de ser.
Todos nós temos qualidades únicas, e honestamente eu não encontro nenhuma necessidade pessoal de abrir mão da minha própria individualidade. No meu caso, eu não não tenho que comer o que os outros comem, vestir o que os outros vestem, usar o que os outros usam ou participar de alguma coisa por que outros o fazem.
É claro que não há nada demais em gostar e até usufruir algo que descobrimos em alguém que admiramos, desde que não percamos a nossa própria individualidade.
A maioria das pessoas geralmente não notam que seus atributos (inclusive aqueles desconhecidos) são admirados por outras pessoas. Podemos até realçar alguns destes atributos, mas não importar de outrem algo que não é verdadeiramente nosso.
Quem realmente gosta de nós, gosta não apenas do que aparentamos, mas do que realmente somos como pessoa. E como todo ser humano, é claro que não somos perfeitos... e daí? você conhece alguém que seja?
Eu me lembro através daqueles filmes dos anos 50 e 60, que era moda as mulheres terem consultas com um psicólogo, e na verdade, muitas até iam sem precisar de nenhuma assistência psicológica. Elas apenas iam por que parecia ser algo de status, pois as estrelas do cinema costumavam interpretar papeis em que visitavam psicólogos. Ou seja, naquela época toda a mulher moderna não tinha que viver estressada e afogar as suas angústias nas tarefas do lar.
Este fato mostra que já é de longa data essa mania de imitar as celebridades. O perigo é essa imitação seguir os mesmos vícios e comportamentos que expressam alguma forma de descriminação ou preconceito.
O mais interessante é que através desses periódicos aonde há alguma coluna de um psicólogo em que este responde as cartas dos leitores. Estas perguntas e respostas costumam serem lidas de forma genérica, como se a resposta dada a um problema de um leitor servisse como uma receita para os demais.
E se somarmos as colunas de outros profissionais, como nutricionistas, fisioterapeutas, cardiologistas, etc. dá para se ter noção do quanto uma leitura sem a devida reflexão pode causar a quem lê e segue as orientações que encontram-se lá.
É claro que é muito mais prático colecionar dicas sobre o bem viver, ao invés de procurar um especialista e tratar do problema com a responsabilidade necessária. Infelizmente, parece que fazer os leitores mudarem de hábito é uma tarefa quase impossível, principalmente com o advento da internet que ampliou exponencialmente esta prática de seguir "receitas prontas" online sem ao menos estar seguro se as palavras realmente retratam a experiência profissional de quem as publicam e se estes são realmente profissionais ou alguém que vive do acesso à alguma página web (graças a publicidade) e cobrança via cartão de crédito.
Vai e vem e sempre aparece algum artigo que me remete ao assunto segurança na WEB, e pelo andar dos internautas, este assunto ainda vai reaparecer muitas e muitas vezes.
A internet pode até facilitar a vida do paciente e do seu médico, trocando informações via e-mail, redes sociais mas nunca irá substituir uma consulta cara a cara, e sempre questionar o teu médico sobre algum artigo da WEB que te chamou a atenção.
A minha única especialidade é algum conhecimento em TI e eletrônica, para mim isto é o suficiente para não confiar numa relação estritamente online, seja ela de que tipo for.
Eu não posso deixar de expressar uma certa angústia ao ver esta nova geração que mal dialoga com os próprios pais e refugiam-se nos conselhos de colegas ou de "amigos" de redes sociais. É estranho é até ilógico apostar na solução de problemas pessoais recorrendo-se a métodos fáceis como nas amizades cibernéticas.
A WEB é um mundo que pode muito bem ser explorado para coisas maravilhosas, como também camuflar intenções nada amigáveis que surgem cheias de propósitos generosos e honestos.
É impressionante a quantidade de pequenos livros de autoajuda à venda nas livrarias, e a grande maioria destes, apenas trata de relatos de experiências pessoais as quais podem não ser verídicas ou podem ter sido "importadas" de outra literatura. É algo semelhante as colunas de periódicos.
A coisa fica mais complicada quando estes livros tem cunho religioso e opiniões e soluções baseadas na pura fé, algo que não ajuda em nada a pessoa que realmente procura uma solução bem fundamentada em um conhecimento empírico e prático.
Eu sei que eu não vou agradar nem um pouco os membros de ordens religiosas, pois eu sei que é muito fácil compor uma literatura baseada em algum livro sagrado, pois todos os elementos necessários já estão ali na literatura teológica.
É tudo um pouco de criatividade, para compor uma redação atraente e envolvente, aliada a fé do leitor, é garantia de vendas e um rápido descanso do livro na prateleira da casa do leitor (que talvez nem leia o livro todo).
Assim como artistas, atletas e apresentadores de TV, muitas pessoas seguem as ideias de líderes religiosos, de certa forma estas pessoas são como fãs que correm ao encontro de seus ídolos, imita-os e absorvem as suas ideias sem nenhum escrúpulo, sem nenhuma reflexão lógica sobre o assunto, apenas o sustento da fé.
Emissoras de TV fazem sem critério a propaganda à alguma literatura feita por algum dos seus funcionários através dos seus mais diversos apresentadores. De certa forma, cria-se uma certa confiabilidade na obra literária feita por um artista, repórter ou apresentador de algum programa.
Quantas literaturas excelentes são negligenciadas por escritores que ficam às sombras dos holofotes que brilham apenas sobre aqueles estão em evidência na mídia? Com certeza muitas.
O mais perigoso neste hábito de procurar respostas baseadas na experiência alheia, é quando ela é feita por crianças ou adolescentes que mal se comunicam com os pais e tem à mão um smartphone/tablet que conecta-se a centenas de "amigos" com soluções fáceis para a vida.
Tal atitude é muito semelhante a de um cego guiar um outro cego, pois se você é um adolescente, porque para você um outro adolescente deve saber mais do que você, se ele também deve ter inúmeras dúvidas sobre si mesmo e sobre a vida?
Por que é mais fácil não confiar em si mesmo e muito menos na própria família? Por que é mais cômodo seguir as orientações de outros, se as verdadeiras pessoas que nos amam estão tão perto de nós?
A tecnologia não veio para afastar-nos de quem pode realmente nos ajudar. Será que a partir da nossa adolescência vamos trocar a mamadeira da infância por um smartphone e não largar este da mão?
A liberdade que foi defendida e conquistada pelos nossos antepassados com a própria vida, vai ser sutilmente roubada por pequenos dispositivos móveis, fazendo-nos não saber mais apreciar a liberdade que temos?
Quando alguém não consegue ir a algum lugar sem ter à mão um dispositivo móvel, consegue sentir-se uma pessoa livre? Muita luta foi necessária para extinguirmos a escravidão humana. Paradoxalmente, estamos buscando ser novamente escravos de pequenas máquinas.
Doravante, tornar-se-á nossa liberdade uma simples capa de smartphone? A quem então, a autoajuda ajuda?
(postagem anterior) (próxima postagem)
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Simbolismo – A 1ª ferramenta humana e a 1ª faca de dois gumes - Atualizado em 21-Mar-2017
Através da matemática, o ser humano conscientizou-se de que Deus geometrizou tudo, e além do que pode-se imaginar (duvida? Digite na sua caixa de pesquisa: "geometria da natureza").
Com estes números, o ser humano organizou a sua vida social, política e religiosa – criou símbolos, padronizou unidades de medida para todas as suas necessidades – e tudo isso, ele fez observando os ciclos da natureza, ou porque não dizer, das Leis Cósmicas, afinal vivemos no meio do Cosmos.
Logo de cara dá pra se notar que qualquer símbolo é uma criação mental do ser humano, e seja qual símbolo for, ele não tem qualquer atributo poder ou significado, se o ser humano não lhe conferir.
Se duas pessoas discutem sobre o valor de determinado simbolismo nas suas vidas, pode-se dizer que ambas estão perdendo tempo e saliva, pois ambas estão certas quanto ao que tal simbolismo representa individualmente para cada uma.
Se uma delas acredita que o mesmo trar-lhe-á sorte se o mantê-lo junto de si, ela estará certa quanto a isso, pois o seu subconsciente processou tal sugestão mental. Sugestão essa que só fará efeito quando o mesmo estiver perto de si – pois esta é a forma em que ela acredita no “poder deste simbolismo”. Nada mais.
A verdade é que qualquer valor simbólico apenas existe na mente de quem pensa no mesmo, e o que acontecer ou deixar de acontecer, será apenas fruto do que o indivíduo desejou para si, e é o que acontece com cada um de nós.
Não será o que usamos ou por onde andamos que determinará certo acontecimento, desde que, não tenhamos nos autossugestionado sobre determinado elemento simbólico.
Fora isso, o máximo que poderemos sentir serão as impressões psíquicas sobre determinado ambiente ou objeto, e que nada mais são do que a nossa sensibilidade áurea em captar as vibrações deixadas por outros seres (pessoas ou animais vivos), e que interagem com as nossas sensações físicas através sistema nervoso simpático e sistema nervoso espinal.
E antes que você comece a acreditar que estou entrando em contradição falando de aura e vibrações, vamos aos fatos então:
É impossível desvincular o termo "vibração" de qualquer coisa que conheçamos ou não. Tudo é feito de matéria: Água, luz, fogo, eletricidade, o pensamento, etc. Tudo é constituído por átomos (e estes por suas partículas subatômicas), e isto inclui logicamente todos os seres vivos.
Tudo no Universo vibra (inclusive a matéria escura). O ser humano, mesmo que inconsciente, materializou nas suas próprias "criações", de alguma forma, à imagem e semelhança dele mesmo. Todas as tecnologias foram desenvolvidas baseadas na natureza humana:
- Circuitos eletrônicos foram baseados no sistema nervoso espinal;
- Inúmeras peças ou conexões mecânicas foram baseadas no esqueleto, musculatura e tendões humanos;
- Instrumentos de ótica foram baseados na estrutura, e processos da visão humana;
- Inúmeras ferramentas foram baseadas (e adaptadas) às mãos e pés humanos, além de outras articulações;
- Os Sumérios ("parentes próximos" dos egípcios), basearam o seu sistema sexagesimal (de base 60) no número de batidas média do coração, e seus divisores foram usados para outras medidas, como o número de horas do dia, meses do ano, etc.;
- Os egípcios foram mais além dos sumérios no quesito da aplicação dos números (não vou dizer numerologia, senão vai confundir a cabeça do leitor, devido ao significado contemporâneo já estar bem desvirtuado, embora "numerologia" seja a palavra correta se usada no sentido nato da mesma);
- Não foi ao acaso que as medida baseadas no número 12 surgiram (inclusive alfabetos)...
É claro que parece ser mais pratico (ou cômodo) atribuir estas sensações a algum objeto, do que reconhecer que somos seres duais que irradiamos energia em inúmeras frequências vibratórias, assim como as captamos; nosso corpo psíquico (ou mental, como preferir) é muito mais sensível às impressões que nos rodeiam.
Tudo isso, são apenas princípios básicos de indução, ressonância, reverberação ou qualquer outro efeito eletromagnético e não de determinado simbolismo.
Alias há muita coisas de natureza magnética confundidas com "fenômenos espirituais". Se quisermos considerar tudo o que for causa ou efeito do magnetismo, vamos ter que "espiritualizar" todo o universo...
Diferentes indivíduos podem considerar um objeto, tema, ou conceito, de vários pontos de vista, por exemplo:
Templo significa um santuário ou ambiente sagrado porém, não necessariamente religioso; também pode significar uma mesquita, uma sinagoga, uma pirâmide, uma tumba egípcia como no Vale dos Reis; um altar, um pedaço de terra delimitado (geralmente na forma de um círculo), como o de várias civilizações antigas encontradas em todos os continentes. Não obstante, o significado mais marcante de Templo é o de estar relacionado com o Criador.
O que deve-se entender aqui, é que o ser humano estabelece seus próprios bons e maus padrões. Não há um código moral universal, aceito em sua inteireza por toda a humanidade e toda as religiões (que já são o fruto das experiências subjetivas da humanidade).
Esses códigos são de natureza objetiva, como meros produtos da experiência, do raciocínio, da reflexão e da imaginação do ser humano. Porém, sua interpretação, a forma objetiva que eles assumiram, resulta da cultura e da experiência subjetiva de cada indivíduo.
Usualmente, estas relações são o resultado do simbolismo que empregamos à nossa atividade intelectual, e o mais utilizado destes, é o da linguagem falada e escrita. Afinal, o que é o alfabeto senão, um conjuntos de símbolos que nos auxiliam o intercâmbio de ideias!
Somos desde criança levados a dirigirmos nossas mentes às relações que dizem respeito às nossas linguagens e ao som que deva reproduzi-la de forma verbal, ou instrumental.
Toda pessoa deve estar familiarizada com inúmeros símbolos utilizados por diversas organizações místicas, religiosas, filosóficas e etc. Organizações estas que utilizaram o alfabeto para representar princípios científicos, cósmicos ou religiosos da cultura do povo a qual deu-lhe origem, ou das experiências subjetivas descritas pelos membros que fazem parte da mesma nos seus estudos, de forma a serem uma espécie de segunda linguagem.
Ainda citando antigas civilizações, o alfabeto era utilizado pelas massas do seu povo, suas letras eram utilizadas de forma velada dentro destas organizações para representar o que ela em si privativamente os ensinavam.
Um destes exemplos pode ser visto no alfabeto hebraico, que tem dentro da sua natureza, letras simples e duplas, e que cada uma destas tem o seu significado esotérico, místico dentro do estudo conhecido como kabbala; a mesma coisa aconteceu com muitas outras civilizações, como a Egípcia, Asteca, Inca, Maia, etc.
E muitas outras civilizações utilizavam quando não o seu próprio alfabeto, associavam a ele símbolos geométricos para que dentro de determinada organização ou região, aqueles símbolos tivessem significados especiais diferentes dos conhecidos pela linguagem escrita e falada do povo.
Como pode-se ver esta é uma das mais comuns, e uma das mais usadas formas de simbolizar ou sintetizar determinado princípio, ideia ou fórmula como o é utilizado na matemática.
Os próprios gregos usaram e abusaram do seu alfabeto, não apenas para representar variáveis, mas que internamente, dentro de determinada organização mística, esses símbolos geométricos e as letras do alfabeto grego associadas a eles eram utilizadas para representar princípios cósmicos ou leis da natureza.
Contudo, as letras ou símbolos geométricos não tem significado próprio ou especifico. O significado de qualquer símbolo seja ele de que maneira for, seja ele complexo ou simples demais na sua forma, não importa; o que importa é o que ele simboliza para o leitor, e em que este símbolo pode ser aplicado na vida diária do mesmo.
Nós pessoas simples, ao longo da vida, somos sutilmente levados a perceber que determinados símbolos utilizados por fraternidades, clubes associações, ordens religiosas, empresas, etc. tem um significado bem pessoal para o grupo a que pertence, como para cada membro que faça parte do mesmo individualmente.
Por isso parece tão ingênuo quando vemos inúmeras pessoas atreladas à tanta superstição e à tanta crença na utilidade de que tantos objetos possam melhorar as suas vidas em si ou condições pessoais que, essas pessoas apenas perpetuam nada mais, nada menos do que a história contada por outros e geralmente deturpada de que, determinado principio ou lei cósmica teriam os seus atributos ali contidos em tal simbolismo.
Muitas das civilizações consideradas “atrasadas”, como as indígenas, por exemplo, são ricas em simbolismos, o que não é muito notado pelos homens “civilizados”. Muitas das histórias indígenas são formas veladas de descrição de Leis Cósmicas, ou seja, histórias que envolvam seres ou animais de natureza e comportamento diferentes dos que são conhecidos, são nada mais nada menos, do que a expressão de que a força, ação ou poder de determinada lei da natureza ou efeito de poder psíquico existe e deve ser respeitado.
O que o leitor não deve esquecer é de que o mundo é pensado, ou seja o mundo é o fruto do pensamento coletivo da humanidade. Tudo é fruto da mente até mesmo as nossas impressões objetivas são do jeito que parecem ser, porque elas são processadas no cérebro de cada um de nós, e como não existe dois cérebros exatamente iguais, ninguém tem consciência da mesma realidade, pois nada que o leitor tenha consciência tem realidade absoluta, e esta realidade não está ao redor da pessoa, mas sempre existiu e sempre existirá dentro de ti mesmo, na tua mente.
O que podemos é ampliar a nossa consciência, exercitando a nossa mente subjetiva até termos acesso à mente subconsciente e harmonizarmo-nos com a Mente Cósmica (simplificando: meditar e harmonizar o teu Eu com o Universo), ou simplesmente meditar.
O leitor reparou que com um pouco de palavras eloquentes uma pessoa pode passar uma ideia de algo simples para alguma coisa "misteriosa", "espiritual"?
O que existe na mente de um ser humano, tem tanto tamanho e poder quanto na mente de outro, pois todos utilizam a mesma mente, a mente de Deus; cada um de nós apenas expressa Deus nesta vida. Nossa mente é a mente Dele; Nossos pensamentos são os pensamentos Dele; o que nós fazemos é aprendermos a cada experiência, é estar a auto conscientizarmo-nos cada vez mais de qual é o nosso verdadeiro lugar e papel na Mente Divina.
Nossas experiências por mais diferentes que sejam, todas levam-nos a continuamente aprender a reajustar o nosso comportamento e a nossa maneira de pensar; o que fazemos a cada erro cometido é reajustarmo-nos a harmonizarmo-nos com as Leis Cósmicas, e cada vez mais, afinarmo-nos como se fôssemos uma nota de um imenso teclado cósmico Cada um procurando a sua própria nota, pois esta afinação é difícil e árdua.
É mais fácil para o ser humano procurar a sua afinação comparando-se ao seu semelhante, contudo, é ai que ele comete o erro em moldar a sua natureza interior por uma que não tem muito a ver com ela. Resumindo: Você tem que ser fiel a você mesmo e não a cópia de alguém...
Tal como um instrumento para ser afinado, precisa de um diapasão, o ser humano precisa ouvir mais o seu "mestre interior" e seguir as suas orientações que sempre o aproximará mais e mais da sua verdadeira nota.
Quando o ser humano se perde nas comparações que faz com seus semelhantes, apenas estará cada vez mais desviando-se da sua verdadeira natureza, tal como um instrumento que é afinado em comparação a outros, jamais terá uma perfeita afinação, principalmente se estes outros estiverem desafinados.
O que cada pessoa busca – mesmo sem perceber - é a continua afinação da sua própria nota, através do estudo, da prática, do raciocínio inteligente e lógico e do exercício mental (e físico), conquistando aos poucos, a autoconsciência do seu verdadeiro lugar e sentido de vida na Mente Divina e na criação proposta por esta.
Por isso, não adianta o leitor apenas se conter a uma literatura atraente, ou dizer para si mesmo palavras como “harmonia”, “saúde”, “paz” ou “prosperidade”, se estas palavras ainda não tem um significado real e prático na tua mente; um significado que vá além do seu sentido literário, ou seja, que a palavra que a pessoa use como sentido de harmonização da sua vida, vá mais além do aquele que encontra-se em qualquer dicionário; que expresse um arquétipo de poder mental criativo, construtivo e curativo, neste ser Cósmico, em outras palavras, impresso sem reservas no subconsciente.
Esta ou quantas palavras forem necessárias para o leitor, poderão ser representadas por um símbolo que te seja agradável. Mas isto não quer dizer que o simples pensar ou desejar que tais atributos fazem parte de determinado símbolo, este o passe a tê-los de verdade.
Não estou falando de uma simples questão de fé em certo simbolismo. Refiro-me à criação mental realizada pelo indivíduo e aceita pelo seu subconsciente, pois tal criação mental será válida somente pela própria pessoa que a criou, já que somente ela saberá que atributos ela conferiu ao seu simbolismo pessoal.
Um lindo exemplo de um simbolismo prático e útil é o que encontramos na historia do Egito Antigo quando lemos sobre o Faraó Akhenaton. Ele usou o astro-rei como símbolo de profundas Leis Cósmicas, e que devido a sua natureza físico geométrica pode ele sintetizar dezenas de volumes escritos, simplesmente pronunciando Ra.
E é ai que está a importância de muitos estudos serem velados às massas. Os princípios cósmicos sempre existiram, mas apenas o indivíduo passou a ter consciência dos mesmos quando foi-lhe apresentado palavras e figuras que representavam tais princípios.
Um exemplo bem claro é do palavra “Espírito”, no Antigo Egito essa mesma palavra (Espírito) significava a energia essencial por detrás da formação da matéria, ou seja partículas atômicas e subatômicas, algo completamente diferente de como foi interpretado. Embora trate-se de um fato de natureza abstrata, tal abstração foi erroneamente confundida com valores espirituais, devido a forte influência religiosa em vigor na Europa durante a formação da Igreja Católica.
Talvez o leitor agora entenda porque afirmo no título deste trabalho, que o simbolismo é uma faca de dois gumes. Qualquer simbolismo é o fruto das relações do raciocínio humano, e que através da imaginação e autossugestão de cada um, estabelece-se uma criação mental que satisfaça o sentido de razão.
E é tão importante para o leitor estar consciente de que o simbolismo afeta tanto para, suscitar harmonia ou desarmonia na tua vida. O leitor já apercebeu-se de quanto simbolismo já registrou na tua mente?
Não refiro-me apenas ao simbolismo presente nos estudos, e sim naqueles que parecem ser insignificantes como medalhas, santinhos, anjos, pedras, fragrâncias, signos, cruzes, conchas ou quaisquer objetos que em sua forma, aparência ou composição seja-te atribuído alguma “coisa” de especial.
É tão fácil as pessoas impressionarem-se com estes inúmeros simbolismos, como se os mesmos fossem algo de natureza concreta.
Numa determinada manhã, assisti uma reportagem sobre a volta do uso da cruz na moda atual de vestir-se. Embora compreenda o ponto de vista religioso relacionado à cruz, fiquei pasmo quando certa autoridade religiosa salientou que, o uso indiscriminado da cruz sem nenhum sentimento de fé, é uma abominação e que era condenável pela sua ordem religiosa.
Qualquer historiador imparcial nas suas pesquisas, certamente tomará conhecimento do uso simbólico da cruz nas mais diversas civilizações da antiguidade e que, o advento do cristianismo foi apenas mais um novo marco de uso para a tão conhecida cruz.
Mesmo os registros oficiais da religião cristã mostram-nos que, o uso da cruz como símbolo oficial da mesma, surgiu séculos após a crucificação de Jesus, e que na verdade, a cruz passou a ser usada mais como um símbolo de identificação dos cristãos – como os modernos crachás.
Analogamente, quando o faraó Akhenaton fundou a primeira religião monoteísta, seus seguidores usavam uma cruz ansata (ou ankh), para mostrarem que não adoravam os inúmeros deuses pagãos. esta cruz (figura acima), simboliza a eternidade da alma.
E o que o leitor me diria sobre a Cruz Vermelha Internacional? O seu símbolo não foi baseado no cristianismo, mas do simples ato de marcar na testa com o dedo (usando o próprio sangue dos soldados feridos) na batalha de Solferino, Itália em 1859, por Henry Dunant.
Isto foi feito para que soubessem quem já havia sido atendido, pois eram milhares de soldados feridos caídos pelo chão. Um singelo gesto de uma alma caridosa com um profundo amor pela humanidade, tornou-se o símbolo de uma das mais respeitadas organizações (senão a maior) por todos os povos e governos do mundo, e o seu símbolo remete logo a ideia de alguma assistência humanitária. Valendo-se dos princípios de neutralidade, imparcialidade e universalidade, tem também adotado outros símbolos para representar, tanto o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, quanto os seus voluntários.
Agora eis um interessante exercício prático: O que o leitor faria se recebesse dois cartões, ambos com a seguinte frase: “Isto é o que eu te desejo do fundo do meu coração”, sendo que um cartão teria uma linda imagem de uma flor e o outro a tradicional imagem de um ser de capuz, todo de preto e com uma foice em punho. Pergunto ao leitor: Que cartão te faria sentir tão bem?
Tenho certeza de que um botânico experiente certamente escolheria a imagem daquele ser de capuz e foice em punho, ao identificar aquela linda flor como uma das mais venenosas do planeta, cuja dose letal (0,18 g) da mesma pode causar a morte de um homem de 80 kg.
Pode o leitor responder por quê a simples imagem de uma flor deve obrigatoriamente significar alguma coisa necessariamente boa e, por outro lado, a tão conhecida imagem do carrasco com uma foice deve ser tão temida?
Usualmente, estas relações são o resultado do simbolismo que empregamos à nossa atividade intelectual, e o mais utilizado destes, é o da linguagem falada e escrita. Afinal, o que é o alfabeto senão, um conjuntos de símbolos que nos auxiliam o intercâmbio de ideias.
Somos desde a infância levados a dirigir a nossa mente às relações que dizem respeito à nossa linguagem e ao som que deve reproduzi-la de forma verbal, ou instrumental.
Por exemplo: se em nosso lar, determinada pessoa encontra-se agitada ou nervosa, reproduzir uma musica suave levará a mesma a acalmar-se, e sem ser necessário dizer “fique calmo!”, mesmo que essa música seja um tremendo “heavy metal”.
Da mesma forma, se convidamos vários amigos para um encontro em nosso lar e, notamos que o “clima” está “meio pra baixo”, é só reproduzir uma musica de sucesso atual, e, sem falar nada, automaticamente a euforia tomará conta do ambiente.
Isto acontece porque estas relações já existiam na nossa memória subconsciente.
É por isso que sem esforço nenhum, lembramo-nos de inúmeras coisas, apenas através das impressões que temos de outras; e esta é uma das primeiras técnicas que utilizamos para lembrar do nome de uma pessoa, lugar, animal, objeto e até de outra palavra.
Ao fazermos isto, estamos orientando a nossa mente objetiva a concentrar-se na área da memória que retém esses dados, ou que suscita à mente subjetiva dar-nos elementos que completem logicamente as suas relações intrínsecas aos mesmos.
E de súbito, ressurge à nossa consciência o nome que nos faltava, como se ele fosse uma ideia completa e única, quando na verdade, ele é uma ideia relativa, pois se um dos elementos que serviu de atalho mudasse de valor para nós, todo o conjunto também mudaria, e com certeza iríamos lembrar de outras características da pessoa em questão, menos do seu nome...
Apesar da mente ser uma unidade, as ideias que construímos na nossa mente são conjuntos de uma serie de elementos que foram consultados pela nossa mente objetiva e mente subjetiva, dando-nos um resultado final que parecesse ser único em natureza, quando na verdade, as ideias são semelhantes a um grande quebra-cabeças cuja a individualidade das peças que o forma, pode não ter um sentido definido para nós, mas no conjunto, cada uma completa o verdadeiro sentido lógico e inteligente de cada ideia.
No caso do prato seriam todos os dados relativos à Geometria, para dar-nos a ideia de que o prato é circular ou um polígono e isso quer dizer que tudo o que já estudamos de Matemática, foi consultado para nos dar a ideia de forma, posição, inclinação, altura do objeto em si, ou em relação ao ambiente; também os dados relativos à Física foram consultados, para termos a ideia de massa, cor, densidade, equilíbrio, superfície, etc..; também os dados foram consultados para suscitar-nos valores relativos a outros seres, objetos, emoções ou fenômenos da natureza, como por exemplo: se o prato for azul claro, poderá dar a ideia de um céu claro, do mar, de um sentimento de tranquilidade ou de algum animal, como uma arara azul.
Acredito que o leitor já seja capaz de perceber que cada símbolo lhe é dado o seu significado, origem e princípios ou utilidades que hão por traz dele. Alguns servem como meio de identificação do indivíduo; outro de que a pessoa já atingiu determinado grau de estudo ou status; outros servem para sintetizar princípios que ainda hoje são difíceis de descrevê-los em palavras pois, muito destes são conhecidos através de experimentos, cuja a experiência pessoal e subjetiva o levará à verdadeira consciência do que é determinado principio. Por isso eles são representados por figuras geométricas ou pelo nome das mesmas.
É extremamente útil e prático aos leitores que pode ser realizado no seu quarto ou até mesmo em casa ou no trabalho, em uma hora que pudessem ter alguns minutos de privacidade.
Que tal escolher alguma imagem que seja fácil de lembrar, fácil de visualizar e fácil de você concentra-se nela, atribuindo à mesma, toda aquela gama de ideias que deseja que torne-se viva e permanente na tua vida e teu dia a dia. Fazendo isto, não terás que ter tanto trabalho de voltar a refazer a mesmas ideias com todos os detalhes, até formar um quadro completo.
Se você definir cada elemento deste quadro à um único símbolo, e tendo em mente de cada elemento somar-se-á ao que já existe no mesmo, cada vez que voltar tua mente ao mesmo, já o verás a imagem deste quadro formada até o último elemento adicionado, sem ter que refazê-lo cada vez que trabalhar no mesmo.
Na verdade, você estará montando um quebra-cabeça mental, como os existentes de brinquedo. É bom salientar que, como todo quebra-cabeça, a paciência, a concentração e a fiel definição do que o leitor irá querer formar neste teu quadro mental, são imprescindíveis.
Ao concluí-lo, o leitor poderá manifestá-lo apenas mentalizando o símbolo que escolheu em questão para servir de atalho ao quadro completo e que já estará na Mente Cósmica (ou Mente Divina).
Se o leitor precisar utilizar os elementos que compõe este determinado quadro mental para ajudar alguém conhecido, poderá então simplesmente, projetar o símbolo escolhido para a residência ou local de trabalho da pessoa conhecida em questão. O resto ficará apenas à cargo do Cósmico (ou das Leis Divinas).
A propósito, Deus é mente, é infinito, eterno e é vida. E em Sua mente, tudo o que você conhece ou desconhece já existe em perfeição e harmonia.
Tudo dependerá da aplicabilidade e da genialidade do teu simbolismo, pois a tua imaginação não tem limites se você quer realmente fazer o uso inteligente desta, ou não...
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